quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Bêbado, sim... Estuprador, nunca!...

Ele estava no lugar errado... Confundido pela polícia como sendo um tarado que rondava um bairro da periferia de Redenção, Francisco foi parar na cadeia. Mas, logo ficou claro que tudo não passava de um engano. Mesmo numa situação complicada, o rapaz foi capaz de fazer muita gente rir.

Emerson Lopes com Leandro e Leonardo

Essa entrevista aconteceu durante a Exposiçao Agropecuária de São Luís-Ma, em 1997, para o programa Maranhão Rural, da TV Difusora. A dupla, como sempre, muito atenciosa com fãs e imprensa. Leonardo, dispensa comentários. É um profissional fora do comum, nesse meio. Lembro-me que, durante a entrevista, ele falava das coisas mais importantes na vida de um ser humano. Entre elas, estão: Humildade e muita saúde. Sem se dar conta de que Leandro, provavelmente, já levava consigo a enfermidade que lhe ceifou a vida. Ele nos deixou poucos meses depois desta apresentação.


Caldeirão do Inferno: Conflito pela posse da terra na fazenda Manah, no Sul do Pará. 1995

Quando recebí o convite para assumir o Jornalismo da TV Carajás, em Redenção, não imaginava a diversidade de problemas que teria que enfrentar. Pistolagem, arriscadas perseguições, etc. Mas, sem dúvida, os conflitos pela posse da terra desafiavam nosso censo de sacerdócio. Lembro-me da fazenda Nazaré, uma propriedade mundialmente conhecida pelos embates sangrentos entre posseiros e seguranças.
Eu estive lá, como repórter do Aqui-agora, do SBT e, só não fui recebido com uma saraivada de balas por um milagre. Uma hora antes da nossa chegada um forte tiroteio havia sido travado em campo aberto.
Nesse mesmo dia nossa equipe voltou ao local, na companhia dos seguranças e, mais tiros foram disparados do meio da mata em nossa direção. O chefe da equipe de segurança da fazenda "Rambo" nos deu suporte, por quase dois dias, para que pudéssemos desenvolver nosso trabalho. Infelismente, ele não viveu o suficiente para ver a reportagem ir ao ar. Ele foi morto, numa emboscada na cidade de Xinguara.
Mas, a reportagem a seguir trata de um conflito, em outra fazenda não menos perigosa: Fazenda Manah, município de Santana do Araguaia. Em quinze dias de conflito um saldo de três mortos e um vereador preso, acusado de comandar um grupo de seguranças que investia contra os posseiros. É a lei da selva.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Mundo Real

 Entre o sono profundo e a consciência total existe um mezanino onde se concentram forças que até pouco tempo eu, também, desconhecia. Um plano tão real quanto o abrupto despertar ao estardalhaço de um alarme. Tão mágico quanto o sorriso de uma criança e tão sereno e profundo quanto um por do sol a beira-mar. Mas, a chegada e a saída são traumáticas, desgastantes e até certo ponto apavorantes.

São quase quatro da manhã de sexta-feira, 17 de julho de 2009. No norte do Brasil, onde só temos duas estações no ano, o inverno já se foi e as madrugadas de verão são ventiladas e de céu claro. Estou de volta à minha casa; ao meu quarto; ao meu corpo; tomado por um sentimento confuso que serpenteia entre a alegria pelo que acabei de vivenciar e a tristeza por tudo que ouvi. Você, provavelmente, ainda não viveu o que passo a relatar.
A última vez em que olhei, o relógio marcava uma e quarenta e cinco da manhã. Um pouco mais do que costumo suportar num dia de semana. Perdi a noção do tempo em frente ao computador escrevendo um artigo sobre o “balaio de gato” que se tornou o poder legislativo nesse País. Gosto de escrever no silêncio da noite, mas, temas como o que acabara de imprimir me roubam alta quantidade de energia; Eu sabia que em poucos minutos estaria mergulhado em mais um sonho escolhido à revelia. Às vezes acontece de um sonho bater com aquilo em que pensamos o dia todo, mas, normalmente, é um tiro no escuro.
Já Debaixo das cobertas o frio dá lugar ao aconchego; segurança... É o descarregar das tensões; do sofrimento dessa vida inconsciente; desse plano sem sentido, dessa luta sem motivo; da busca por uma vitória que não completa, que não se justifica... Que não chega... Os travesseiros vão se moldando ao estranho formato do corpo que se contorce até encontrar o relaxamento total e ideal. (Não posso esquecer-me de falar sobre os gatos).
Passados poucos minutos, sinto que já não estou nesse plano, O adormecer é inevitável.
O sono tranqüilo durou pouco até que a rotina, mais uma vez, fosse quebrada. Difícil precisar o momento, mas, o que aconteceu ainda está muito claro. É como se estivesse voltando do sono e parasse no meio do caminho; A lucidez se fez num impacto. Nesse instante percebo, em mim, um elevado grau de consciência. Mas, antes do despertar daquele estado intermediário, uma dormência fervilhante rouba-me as forças e, é justamente aí que se dá o medo; o pavor do desconhecido. Sinto a vida se esvaindo... Impossível me mexer... Estou morrendo?... Não sinto dor.
Já não sou mais tão corpulento, pesado e lerdo. Os olhos ainda estão fechados, mas posso sentir que estou em movimento vertical e ascendente. O medo continua. Uma criança apavorada no escuro, projetada e flutuando a uns trinta centímetros de sua carcaça.
Ao abrir os olhos (da mente), ainda em movimento, vejo-me dando a volta no quarto rente ao forro de madeira aparelhada. Os detalhes não deixam dúvidas: estou em casa, no meu quarto. As imagens, ainda com poucas cores, lembram o cenário de um sonho... Em um dos cantos do quarto estaciono e, ao olhar para baixo, vejo meu corpo. Confiro os detalhes da cena, perplexo. Que coisa estranha. Sou eu mesmo ali, deitado, respirando... Meu relógio; o celular; Tudo exatamente como eu deixei no criado mudo.
A essa altura já havia decidido deixar acontecer. O medo deu lugar à curiosidade.
A contemplação daquele cenário é rápida. Alheio ao meu controle e vontade, Estou novamente em movimento. Ao romper o telhado a velocidade aumenta. Como que num túnel imaginário vou rasgando a noite numa rapidez extraordinária, difícil de precisar. Nas paredes laterais- também imaginárias- imagens distorcidas se formam em câmera lenta. Algo parecido com o que já vimos em algum filme de terror. Mas, algumas figuras vão se revelando conhecidas. Pessoas que ainda vivem, outras que há muito se foram. Que lugar é esse? Como isso é possível?... Os pensamentos fluem; as avaliações são meteóricas: as dúvidas minimizadas. Onde está o tempo? As frustrações? As mágoas?...
A referência já não existe na imensidão... Seria a hora de voltar? Creio que não.
Por alguns segundos perco o foco. Quando a cortina de névoa se desfaz me vejo entrando num salão gigantesco Com paredes metálicas, divididas na horizontal por uma faixa de vidro transparente, um observatório amplo creio eu. No centro do salão, cadeiras flutuantes formam um círculo. Lembro ter lido alguma coisa sobre objetos que flutuam por intermédio de um campo magnético gerado através de um eletroímã. Mas, é que ali, naquele cenário essa novidade me parece um tanto quanto ultrapassada.
-Estou sonhando?-pergunto.
-Não... Definitivamente isto não é um sonho – Uma voz suave e serena surge do outro lado do salão.
-Abdução?...- Um leve sorriso se faz perceber na face serena daquele ser.
-A experiência que estás vivenciando é mais comum do que parece, apesar do elevado grau de concentração que conseguistes alcançar em tão pouco tempo. Você foi arrebatado do corpo físico e está numa dimensão intermediária. Nesse processo, que os encarnados chamam de viagem astral, você poderia estar em algum lugar da terra nesse momento, testemunhando um acontecimento que, mais tarde, saberia ter se dado, quem sabe, a milhares de quilômetros de onde você estava naquele momento. Mas nesse caso específico, trata-se de uma exoprojeção ou viagem fora do planeta pra ser mais exato. Um estágio mais elevado da experiência fora do corpo que possibilita a um encarnado com grande sensibilidade, como você, a chance desbravar o universo; de desvendar os mistérios da existência; de repaginar o tempo... Entender essa condição é privilégio de poucos. É um risco em potencial à vida em sociedade na terra.
Sobre esse mecanismo de canalização de energia as teorias se multiplicam, até com alguma base científica, mas, a ciência do homem aqui, de nada serve. Mas não o trouxe até aqui para falar da cosmogonia do nosso segmento e sim do que os estudiosos na terra chamam de psicossoma - O nosso corpo astral - Que agrega um conjunto de valores que se resume no que realmente somos: Energia magistral e indestrutível.

Mas isso é assunto para logo mais.




quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Cmte Emerson Lopes no PR-IOP

Decolagem sob neblina da cabeceira 19, da pista de Parauapebas, no Sudeste do estado do Pará. Mas, ao furar a pequena camada, o que se revela é um voo repleto de belas imagens.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Relações Perigosas na Ilha do Amor

Trilhar o caminho do jornalismo de forma imparcial requer uma constante vigília. No jornalismo investigativo, principalmente, o profissional deve estar sempre atento às diversas armadilhas que se formam ao longo do caminho. São facilidades, acesso incondicional a vantagens – em sua maioria mal intencionadas – que podem ofuscar o real compromisso do repórter com a sociedade.
Meu primeiro grande trabalho em televisão aconteceu no início da década de 90, na capital do estado do Maranhão, São Luís. Que bela cidade litorânea... Agregadas às belezas naturais deste paraíso a céu aberto, os franceses conseguiram idealizar um dos mais belos projetos arquitetônicos já vistos no mundo. Milhares de edificações em estilo colonial da América Latina dos séculos XVIII e XIX. Tudo isso, hoje, é patrimônio da humanidade. Um presente dos deuses para uma gente humilde, que acolhe os forasteiros, sempre, com um sorriso no rosto e muita festa. Saudades do projeto “Reviver”, com suas ruas pavimentadas com pedras de cantaria e seus milhares de azulejos portugueses, distribuídos em dezenas de casarões. A bela voz de “Papete” dando um tom suave às noites de julho. O minúsculo e, ao mesmo tempo, grandioso “Boi Barrica”, sempre rodeado por belas mulheres que, como sereias, roubam as atenções de milhares de turistas.
Eu era o mais novo contratado do Sistema Difusora de Comunicação, comandado por Edson Lobão Filho, primogênito do então Governador Edson Lobão. Nesse período, o jornalismo policial vivia sua melhor fase. As narrações frenéticas, antes só aplicadas ao rádio com apresentadores como Gil Gomes, Afanásio Jazzadi, agora ganhavam novo formato com programas como “Aqui - Agora, “Cidade Alerta” e uma infinidade de menos conhecidos espalhados pelo interior do País que, davam ao telespectador a oportunidade de vivenciar situações inusitadas (perseguições, aventuras, manifestações), com uma riqueza de detalhes que só esse novo formato era capaz de proporcionar. Com isso, o repórter – apenas testemunha do ocorrido-agora era parte integrante da ação. O reconhecimento pela coragem, pelo desprendimento e pelo poder de decisão, veio em forma de status de celebridade (autógrafos, convites, presentes, etc.). E, foi justamente esse diferencial que provocou, em muitos setores, a necessidade de se formar alianças sólidas com a imprensa. E, foi dentro desse jogo de interesses que se deu mais uma história em minha vida.
O Governador Edson Lobão, concretizando mais um compromisso de campanha criou a Delegacia Metropolitana. Uma especializada que reunia o que existia de melhor na área de segurança pública para o combate a crimes mais complexos, como: Homicídio, tráfico de drogas, seqüestros, etc. Cinco delegados cinqüenta policiais e, os mais modernos equipamentos. Para o comando da metropolitana, Lobão escolheu uma lenda viva... O temido delegado especial Luiz Moura. Mais de trinta anos de atividade policial e um currículo invejável. Não se ouvia falar de um caso que, ao passar pelas mãos de Luiz Moura continuasse em aberto. Entre os mais conhecidos está o do assaltante e estuprador Valney que, por meses a fio, desafiou a polícia da capital espalhando um clima de terror, principalmente entre as mulheres. O bandido era exigente. O crime preferido era o estupro e, sempre contra mulheres da alta sociedade maranhense. A pedido do próprio Governador, Luiz Moura assumiu o caso e deflagrou uma verdadeira caçada ao assaltante garanhão. Em poucos dias, Valney, amargava o chão frio de uma sombria cela da metropolitana.
A prisão de Valney, como era de se esperar, rendeu inflamados elogios ao bom desempenho profissional de Luiz Moura e equipe. Mas, quem teve a esposa vítima do tarado, é claro, preferiu permanecer no anonimato. Por outro lado, Valney falava pelos cotovelos em entrevistas a vários canais de televisão e periódicos, ele relatava, com riqueza de detalhes, os casos mais importantes e, empolgado com a fama meteórica, Valney afirmava que, tão logo conseguisse se livrar das grades faria tudo outra vez. Esse foi seu último erro.
Na manhã do sexto dia do estuprador atrás das grades, um grande movimento nos corredores da delegacia, denunciava que alguma coisa fora do comum estava para acontecer. Policiais exibindo armas de grosso calibre andavam de um lado para o outro e, o telefone não parava de tocar. Do lado de fora, uma viatura descaracterizada, com as portas abertas e o motor em funcionamento. Mas, a missão da equipe, logo ficou evidente. Valney, algemado apareceu no corredor e foi escoltado até a viatura. Parecia nervoso. Como se não compreendesse o motivo da transferência repentina, Já que, na maioria das vezes, o preso que entrava na metropolitana só era transferido após a condenação. Realmente a situação era muito estranha. Algemado ao gigante da caminhonete, Valney já não esboçava o ar de ironia do dia em que foi capturado. A viatura sai queimando pneus rumo à CEREC (Central de Recolhimento do Estado). Alguns minutos depois a notícia que, convenhamos, já era esperada. Valney, o tarado debochado está morto. Ele foi alvejado duas vezes: Um tiro no rosto e outro a altura do coração, na Avenida São Luis Rei de França.
Mesmo se tratando de um bandido que se dizia irrecuperável, nada justificaria a execução sumaria. Com esse argumento, o pátio da metropolitana ficou lotado de repórteres, cinegrafistas... Toda a imprensa da capital queria saber o porquê de uma ação tão radical. Alguns minutos depois, o delegado Luiz Moura, resolve esclarecer o fato. E, Com uma calma irritante ele desabafa:
- “Valney estava sendo transferido por questões de segurança. Mas, no meio do caminho ele investiu contra um de nossos policiais tentando tomar-lhe a arma. Para evitar que o pior acontecesse, o policial disparou contra o bandido... O que você faria se estivesse no lugar dele?...”. Fechou o assunto
O silêncio foi total, diante de tal justificativa. Era impossível imaginar que um homem algemado ao gigante de uma caminhonete pudesse representar uma ameaça para os oito policiais destacados para a missão. E qual a necessidade de dois disparos?...Afinal, quem se importaria com o que é certo para defender um homem que fazia questão de ser o “joio do trigo”.




O Primeiro Contato


O trânsito começa a ficar complicado. Já passa das sete da noite e, por aqui, ainda é hora do “rush”. O vai-e-vem interminável, o nervosismo descarregado em infinitas buzinadas... Milhares ou milhões de luzes coloridas enfeitam as avenidas, cuidadosamente decoradas para o natal que se aproxima. Na metropolitana, pelo menos por alguns minutos, nada de ocorrências, nada de correria, nada de “giroflex”... O momento é de confraternização. Todos estão aqui. Uma cena rara. Os mais bem preparados policiais do estado, reunidos em uma sala. É a minha primeira reportagem nessa especializada e, não vejo a hora de conhecer Luiz Moura.
No final do corredor uma porta se abre. Um Silêncio sinistro toma conta do local. Foi o que imaginei... Aquela é a sala do chefe. De repente, um senhor de cabelos grisalhos, mais ou menos um metro e sessenta de altura, bem acima do peso, óculos “fundos de garrafa” e com um ar de tranqüilidade, caminha a passos lentos a caminho do salão principal. É difícil de acreditar que esse senhor com cara de pastor evangélico seja o temido Luiz Moura... Mas, é verdade. Ele vem acompanhado da esposa, a também policial Ilse Gabina, que, segundo as más línguas é a mentora de todas as missões importantes do marido.
Luiz Moura dispensava atenção especial aos profissionais de imprensa. Enquanto outros delegados ignoravam ou dificultavam o acesso de jornalistas a detalhes de casos importantes, Luiz Moura abria caminho com facilitação de acesso aos presos, convencimento da importância do direito de defesa e até informações privilegiadas de missões em andamento. Para os jornalistas agraciados – quase sempre os melhores - as concessões rendiam boas reportagens e, conseqüentemente, mais destaque para ambas as partes. Durante a cerimônia tivemos alguns minutos de conversa informal. O suficiente para garantir que, dali em diante, eu receberia tratamento especial assim como os “dinossauros” da imprensa maranhense. Eu ainda não sabia, mas, naquele momento tinha início uma relação de amor e ódio. Mas, vamos primeiro á lua de mel.
A cada reportagem bem sucedida, um novo convite: um jantar no sítio da família, final de semana na praia da raposa, onde, diga-se de passagem, Luís Moura era tratado como um “padrinho” pelos pescadores mais antigos. Com direito até a beijo na mão. A fama era algo do qual o velho "xerife" não abria mão. Nos famosos jantares na casa do casal Moura não era novidade ver acusados de crimes graves circulando pelos corredores e recebendo tratamento dispensado apenas a bons amigos. Alguns eu, inclusive, já havia entrevistado na cadeia. Como é o caso de Rogério, um bandido conhecido que, há pouco tempo, foi preso por Estênio Mendonça acusado de participação na morte do ex-prefeito de Poção de Pedras Raimundo Mota da Silva.
O tempo foi passando e eis que, na tarde de certo dia, eu percebi que a lua de mel com o casal Moura estava perto do fim.
Acho que Uma das virtudes que eu herdei da vida na “caserna” foi: A pontualidade. Chegar atrasado, principalmente no trabalho era o fim da picada. Meu maior medo sempre foi perder um furo de reportagem por não estar no lugar certo na hora certa. E, hoje, é justamente isso que está acontecendo. Na recepção, como sempre lotada, sequer me atrevo a olhar para os lados para não correr o risco de me atrasar ainda mais. Entro ofegante na redação e já dou de cara com Francília Cutrin. Uma pauteira frenética que cobria a área policial e, diga-se de passagem, com bastante eficiência. Ela era do tipo que sabia se impor na busca por informações. Delegados, Prefeitos, Deputados... Qualquer um que “pisasse na bola” estaria prestes a conhecer Francília: O vendaval.
Eu mal consegui dizer boa tarde...
- “Emerson, estava mesmo te procurando. Você não vai acreditar!... Se isso for verdade nos vamos dar o furo do ano. Uma mulher me ligou da cidade operária acusando os irmãos Luizinho e Lennon Moura de seqüestro do marido dela, um comerciante que, ao que tudo indica, também, estava envolvido com tráfico de drogas. Como eu sei que você é muito amigo do xerife preparei essa prova de fogo pra você.
Devo admitir que, no momento em que francília me passava a pauta, meu coração chegou a pular no pescoço. Mas, para um jovem de vinte e poucos anos, acostumado a ver a morte de frente quase todos os dias, uma olhadinha a mais não faria muita diferença. É certo que, aquela situação não me agradava nem um pouco. Afinal de contas eu já era considerado um afilhado do xerife, um protegido... Mas, o meu dever como profissional estava acima desses valores. Sendo assim...
A pequena mercearia do casal Frazão, hoje está mais freqüentada que o normal. Dezenas de curiosos se espremem do lado de fora para conferir os estragos provocados pelos irmãos “Moura”. A nossa chegada causa ainda mais aglomeração – era sempre assim nos bairros da periferia da capital -. Ana de Fátima Araújo Frazão, esposa da vítima, nos recebe aos prantos despejando inúmeras acusações, principalmente contra o Ex-Sargento PM Lennon Moura, o mais temido dos filhos do delegado. Dentro da mercearia, marcas de sangue, garrafas quebradas, e buracos na parede, provocados pelos vários disparos efetuados pelos acusados. Antonio Santos, o cinegrafista, não deixa escapar um só detalhe. Tomei os depoimentos, conversei com o delegado responsável pela investigação, construí o texto no caminho de volta para a televisão, para garantir que seriamos os primeiros a denunciar os abusos dos filhos do delegado. A matéria abriu o jornal da noite com uma chamada de peso interpretada pelo apresentador Lázaro Azevedo, o nosso Boris Casoi tupiniquim:
- “Filhos do delegado especial Luis Moura agem como bandidos e seqüestram comerciante na Cidade Operária”.
A reportagem desencadeou uma busca incansável ao comerciante desaparecido. Luis Moura começava a conhecer o outro lado da moeda. Os filhos acusados de seqüestro, possivelmente seguido de morte e ele, de proteger os acusados que a essa altura já estavam foragidos. O inquérito aberto na delegacia da cidade operária teve como primeiro responsável o delegado Sebastião Cabral, um velho amigo de Luiz Moura. Mas, por pouco tempo. O próprio Secretário de Segurança Pública do Estado Coronel Guilherme Ventura, designou o linha dura Estênio Mendonça para o comando das investigações. A perseverança de Estênio era tão grande que já soava como perseguição. Mas, ele não se deu por vencido e, Alguns dias após o seqüestro, finalmente, o caso Frazão tem o seu desfecho.
Lennon e Luizinho levaram Antonio Lisboa Aires Frazão para o sítio da família, nos arredores da capital, para um possível acerto de contas. Luiz Moura e Ilse Gabina, presenciaram toda a discussão. Lennon, embriagado e bastante nervoso, saca um revólver e ameaça matar o comerciante que implora ao delegado para que não o deixe morrer. Mas, Lennon Moura ordena ao pai que se afaste. Feito isso, ele não perdoa e desfere vários disparos contra Antonio Frazão. O pior acontecera: Frazão está morto.
Diante do inevitável os acusados se preparam para mais um crime: Ocultação de cadáver. A alternativa mais confiável estava no sítio ao lado. Paulinho, caseiro do sítio do delegado leva o corpo nas costas e o joga em um poço com cerca de sete metros de profundidade. O restante da noite eles passam jogando terra no buraco até eliminar qualquer possibilidade de suspeita. Mas, foi o próprio caseiro que, acuado por Estênio Mendonça decidiu abrir o jogo.
Os irmãos Moura, com prisões preventivas decretadas, agora, estavam foragidos. Toda a pressão recaia contra o delegado e a mulher dele. A prisão deles, também era questão de tempo. O xerife estava acuado abatido e humilhado. O próximo grande golpe seria a sua exoneração do cargo de chefe da metropolitana.
Os “amigos” - sempre disponíveis e atenciosos - agora, estavam ocupados demais até para uma rápida visita. Os políticos que sempre faziam uso de seus “favores especiais” lhe viraram as costas, preferindo ignorar os acontecimentos. O jeito é esperar o desenrolar dos fatos.
Dias depois, Luis Moura e Ilse Gabina, são comunicados por um informante – um dos poucos ainda fiéis – da decretação de preventiva. Mas, o casal não espera o comunicado oficial e foge no meio da noite. O homem da lei, agora, é procurado como bandido.
Apesar de ter sido o primeiro comunicador a levantar a questão eu continuei visitando o delegado e, até lhe deixando a par das novidades. Luis Moura nunca pediu para que eu o acobertasse ou escondesse detalhes dos acontecimentos. Ele era um homem experiente e sabia que na euforia da minha juventude e com um senso de responsabilidade bastante elevado eu jamais aceitaria. Uma proposta nesse nível poderia provocar a minha retirada do centro do furacão e isso não seria muito bom para ele nesse momento. Os meus colegas na redação não entendiam como eu permanecia ao lado de um homem que eu, há poucos dias, ajudara a destruir. Mas, para mim, o importante era que ele sabia que eu não o trai... Simplesmente não usei a minha profissão para acobertar um crime.
A lealdade é uma virtude de poucos. Mas, quem a pratica sabe o quanto vale a pena acreditar nesse conceito. O período em que Luis Moura e Ilse Gabina estiveram escondidos eu sempre consegui localiza-los. Bastava um simples telefonema. Lembro-me que, certo dia, ao chegar à emissora, Coelho Neto, então diretor de Jornalismo, me chamou em particular e perguntou se eu conseguiria uma exclusiva com o casal para o “Bom dia Maranhão”. Balancei a cabeça afirmativamente e, conclui: Desde que você me forneça as condições necessárias, pode contar com isso. Mas, já vou adiantando que a entrevista vai ser gravada. afinal de contas, eles estão foragidos.
Depois de tudo acertado, comecei, então, a traçar as estratégias. Após alguns telefonemas, descobri que o casal estava escondido na casa do advogado Jamenes Calado que já se preparava para uma apresentação espontânea de seus clientes. Foi no escritório de Jamenes, que a entrevista aconteceu. No dia seguinte, no “Bom Dia Maranhão”, a entrevista vai ao ar como se fosse ao vivo. Em poucos minutos o pátio da emissora está lotado de policiais confiantes no desfecho do caso. Quando o delegado Estênio Mendonça soube dos detalhes... O homem quase perdeu a linha. Ao me encontrar nos corredores já foi logo disparando:
- Ocultar informações que possam levar a prisão de um acusado é crime!... E eu, na qualidade de delegado responsável pelo caso posso decretar a sua prisão, imediatamente. A não ser que, o senhor resolva nos levar até o esconderijo – disse ele, com um toque de ironia.
- Bem que eu gostaria doutor. Mas, como o senhor bem sabe, na minha profissão também existe sigilo e, mesmo que eu soubesse como lhe ajudar, não o faria. Portanto, espero que o senhor entenda que, se eu consegui uma exclusiva com Luis Moura é porque ele planejou tudo. Sendo assim, quem garante que ele vai estar no mesmo lugar esperando ser denunciado?
Sem mais uma palavra, Estênio deu meia volta e foi embora. Mais um ponto a favor para a liberdade de expressão.
Mas, a agonia do frenético Estênio estava com as horas contadas e, eu, mais uma vez, sabia disso. É que durante a entrevista, Luiz Moura garantiu que eu seria o primeiro, a saber, do momento exato de sua apresentação às autoridades. E, naquele mesmo dia, no meio da tarde, o telefone toca na redação. Esperei que alguém atendesse mais ninguém apareceu.,
- -“TV Difusora, jornalismo, boa tarde...”
- -“Emerson, o desfecho acontece às sete horas da noite de hoje, no primeiro distrito policial. Não vá se atrasar!... – dado o recado o informante tratou de bater o telefone.
Eu sabia muito bem quem estava do outro lado. A voz rouca e ameaçadora era a de Ilse Gabina, mulher de Luis Moura. Mais uma vez ficou claro que ela era a articuladora das ações do casal.
Depois do telefonema fiquei um certo tempo num verdadeiro estado de inércia, imaginando como agir para que ninguém desconfiasse do que estava por vir. No momento em que eu pedisse uma equipe para uma reportagem em horário extraordinário e, sem muitos detalhes, ficaria claro que algo muito importante iria acontecer. Mas, havia alguém em quem eu podia confiar, pois compartilhava do mesmo interesse que eu pelo assunto em questão – O furo de reportagem -: Coelho Neto, diretor de jornalismo.
No horário marcado, lá estava eu, sozinho me deliciando com o privilégio de poder registrar, em primeira mão, o desfecho do caso mais importante do momento. De repente, um carro apressado surge na esquina em direção ao primeiro distrito. Antonio Santos, de prontidão, já está pronto para captar cada detalhe. Na mosca!... São eles. Luis Moura, desse primeiro... Ilse Gabina vem logo em seguida, acompanhada de Jamenes Callado, considerado o melhor advogado criminalista de todo o estado. Mas, nesse momento isso de pouco adianta. Ele sabe que seus clientes vão ficar presos e, nada, nada mesmo, pode mudar essa realidade.
Findadas as formalidades o casal vai conhecer a nova morada – uma sala previamente preparada no primeiro andar do primeiro distrito para abrigar os novos hospedes – nada parecida com as úmidas celas tradicionais. Nada de grades, nada de mau cheiro, etc... Os detentos de luxo têm direito a uma ante-sala para receber as visitas a qualquer hora, uma cama de casal, uma televisão, um frigobar e, acredite: dois revolveres calibre 38 embaixo do colchão. Eu sei disso, porque daquele dia em diante passei a fazer visitas constantes aos meus “amigos” presidiários. Como se não bastasse tanta regalia, o casal sempre tinha por perto um bom “Twelve Years” para oferecer aos seus ilustres convidados. Não foram poucas as vezes que, devido ao papo prolongado, deixei aquela sala bastante “animado”.
Já os filhos de Luis Moura – é preciso deixar claro que Luizinho e Lennon não são filhos de Ilse Gabina – amargavam uma cela comum no segundo distrito policial, no João Paulo. Por muito pouco, Luizinho não conseguiu o direito a uma cela especial. Antes do crime, ele cursava o último ano de direito na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Por algumas vezes, até mesmo a pedido do casal, eu estive conversando com os dois. Luizinho bem mais polido lamentava com certa serenidade os últimos acontecimentos e estava sempre disposto a dialogar. Já Lennon Moura, preferia um cantinho isolado. De preferência um canto escuro onde pudesse esconder todo o ódio acumulado em função dos rumos tortuosos a que a vida o levara.
Do lado de fora, uma simples dona de casa ganhou notoriedade com o caso na luta incansável por justiça. Fátima Frazão conseguiu o apoio de diversos seguimentos organizados na luta pelos direitos humanos e, já não defendia só a sua causa, mas, usava os holofotes em prol de outras vítimas da impunidade.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Enquanto isso, numa ilha distante...


O Governador do Amapá, Pedro Paulo Dias do (PP), depois de míseros nove dias na cadeia, reassume o poder. após carreata pelas ruas da capital Macapá, e, em entrevista coletiva chora, soluça, olha para o teto do palácio e pergunta lamuriante: Meu Deus!... Pra que tudo isso?! ( Se eu só precisava da metade, pensou...).

Como diria meu amigo baiano: "Que P... é essa!..."

...Viva o Rei

Eu me rendo!...Que as mãos do carrasco desçam Ligeiras e contundentes sobre esse pescoço cansado de movimentos de humilhação. Quero minha cabeça confusa separada desse corpo protuberante, cheio de marcas nas dobradiças das pernas. Quero minha alma vagando pelo desconhecido, purgando pecados que, nesse último suspiro continuo a cometer.

Morrer a essa altura é um prêmio para um ímpio, malicioso e irresponsável como eu que, do alto de sua intransigência, ousou duvidar do censo de luta e sobrevivência do povo deste País.
Aquela, a quem não me permito dizer o santo nome, está no alto, no alto das pesquisas. Comprovando a minha incompetência como analista político. E olha que eu estava piamente convencido de que, nem de longe, ela chegaria lá. Que burrice a minha, achar que Mensalão, Zé Dirceu, Lulinha, etc. Seriam suficientes para minar a gloriosa marcha da turma do bolsa esmola. Num País repleto de famintos, isso é pinto.
Quem disse que no Brasil não se pode comprar votos?... Parcelados em até oito anos.
“Êta, mundão veio sem porrrteira!!!”. Mas, em compensação... Curral é o que não falta.

domingo, 23 de maio de 2010

Mundo Cão (Paragominas)

Como diria Renato Russo: " A humanidade é desumana...". Esse caso aconteceu na periferia de Paragominas-Pa. Após uma discussão, homem é violentamente agredido a golpes de facão. A imprensa local não mostra, já que a prioridade é: Asfalto e politicagem.
PS.: Ele sobreviveu.


terça-feira, 18 de maio de 2010

Susan Boyle X Simpson

Em reposta a um artigo publicado na internet, no portal do colunista Luis Nassif, um de seus leitores relata, eufórico, a preferência por Dilma Roussef, e, declara, sem medo de errar que, a Bahia está com a candidata do Lula. É claro que o referido leitor não possui procuração para falar em nome dos baianos. Eu mesmo tenho dois irmãos nascidos em Juazeiro que não comungam dessa opinião. Mas, supondo que isso seja verdade eu me arrisco a uma reflexão: Será que o baiano tem medo de perder o “bolsa esmola”?...
Dá até pra ouvir um eleitor soteropolitano argumentando: “É, meu Rei, com o “bolsa esmola” sobra mais tempo pra gente festejar no pelourinho e, pra aumentar a renda dá até vontade de fazer uns meninos, de vez em quando...”
Muito bem... Como no Brasil existe especialista pra tudo, chegou a minha vez de encarnar o “ESPONE” (Especialista de P... Nenhuma) e, comentar o embate entre Susan e Simpson. Se fosse no futebol seria o clássico “SUSI”.
Comecemos pelo perfil dos candidatos: Serra é tido como linha-dura; centralizador; truculento. De fato ele não negocia sob pressão. Foi assim com as policias de são Paulo e, também, com estudantes da USP. Porém suas atitudes não fogem ao limite da lei. Já Dilma, sobre o manto sagrado da revolução comunista, como guerrilheira nas fileiras da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), assaltou, seqüestrou, coagiu e fez sofrer muitos brasileiros. Nada diferente do que fazem as FARCS (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Sendo assim, estamos entre o “linha-dura” e a “Sargentão”.
Enquanto eu filtrava essas informações um petista alienado e de língua presa grita, enfurecido do outro lado da sala: “companheiro, nós temos que votar em quem tem compromisso com os pobres...”
Está certo!... O pai de José serra, vendia frutas e abrigava a família em um conjugado. Já Dilma Roussef, É filha de empreiteiro e nunca soube o que é dificuldade financeira. Nem mesmo enquanto guerrilheira. Só o assalto ao cofre do Governador Adhemar de Barros, no Rio de janeiro, em julho de 1969, rendeu à organização criminosa da qual a sargentão fazia parte cerca de 2,5 milhões de dólares.
Tá ficando complicado? Então vamos para o último tópico: experiência administrativa.
Serra começou a participar da vida pública do País, no início dos anos 60 como presidente da União Estadual de Estudantes de São Paulo e na volta do exílio foi professor e em 1983 assumiu a Secretaria de Planejamento do Estado de São Paulo. Eleito Deputado constituinte em 1986 José Serra passou a ter participação efetiva nas principais conquistas do nosso povo (como na elaboração do Plano Real, por exemplo). Fechando essa pincelada na biografia do candidato, vale salientar que Serra foi Prefeito e Governador de São Paulo. Em toda essa trajetória as únicas armas usadas por ele foram: O palanque e a tribuna.
Já Dilma Roussef, nunca foi eleita sequer para síndica de pensão estudantil. Os movimentos dos quais fez parte, sempre estavam vinculados ao terrorismo e os cargos que conseguiu ocupar na vida pública vieram por influência de seus comparsas e, diga-se de passagem, nunca respondeu à altura das responsabilidades a ela atribuídas. Da Diretoria-Geral da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, por exemplo, ela foi demitida por não respeitar os horários e por faltar às reuniões da casa, segundo Valdir Fraga, então presidente da casa.
Agora, ao lado de Lula, Dilma se transformou na “última bolacha do pacote”, sendo a responsável pelo desenvolvimento das obras mais importantes do atual governo. Corrija-me se eu estiver errado. O PAC (Plano de Aceleração da Corrupção) não é um esforço conjunto de vários Ministérios, Secretárias e Governos Estaduais?... Até onde eu sei, a sargentão tem como função primeira, cuidar da agenda do Presidente e não administrar o País. Apesar de que, devo reconhecer que, alguém teria que fazer isso, afinal, o barbudinho só vive viajando.
Aí, você pergunta: “então você gosta do Serra?...”
-Eu respondo: Não!...Mas depois de tanta safadeza, maracutaia, roubalheira, baderna dos sem-vergonha, enriquecimento ilícito do barbudinho e seu filho eu ainda vou ter que engolir essa aloprada no poder?... Serra no pescoço dela.


Emerson Lopes - Radialista

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Emerson Lopes (Aqui Agora)

Emerson foi, durante muito tempo, um dos principais correspondentes do programa "Aqui Agora", do SBT, na Região Norte do País. Nesta reportagem ele denuncia os conflitos constantes entre posseiros e fazendeiros nesse caldeirão prestes a transbordar.

Bom dia Tocantins com Emerson Lopes

Apresentação do BDT, na TV Anhanguera, Afiliada da TV Globo nos estados do Goiás e Tocantins. (Ano 2000)

Bandeira 2 (Afilênio parte 01)

Programa apresentado pelo Radialista Emerson Lopes, em Redenção - PA, em 1995. Nesta reportagem, Emerson se depara com um bandido muito louco que acabara de desferir quatro tiros contra um de seus desafetos. Afilênio, apesar de perigoso, fez muita gente rir, enquanto viveu. Vale a pena conferir

Afilênio parte 2

Já na delegacia, o maluco continua aprontando. Nem o delegado mais durão do sul do Pará, consegue segurar o riso.

Cmte Emerson Lopes em Votuporanga-SP

Resumo do treinamento prático do curso de piloto de avião, em Votuporanga-SP, em 2007.

Cmte Emerson Lopes em Goiânia

Belas imagens do centro-oeste em um voo entre Anápolis e Goiânia, com Emerson ao comando do PT-CZZ.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Nas sombras

É nisso que dá uma cidade sem o poder democrático de uma imprensa livre. Situações repugnantes como a que presenciamos todos os dias no calçadão do Mercado Municipal de Paragominas. Uma verdadeira feira ao ar livre de CDS e DVDS piratas. E, como se não bastasse à ilegalidade do comércio de produtos falsificados, à frente das negociações estão crianças e adolescentes. De segunda a segunda, meninos e meninas se abancam no calçadão promovendo a farra da pirataria, aos olhos de todos. Fantasmas de um sistema falho e negligente ou, até mesmo conivente.
Tenha a santa paciência. Cadê o poder público que não se posiciona; que não interfere; que não combate.
Já que o município nada faz, rogamos às nossas organizações nacionais de proteção à criança que tomem à frente da situação. É inadmissível que um município como o nosso permita tamanha aberração moral.Falo sem medo de errar: Paragominas é uma vergonha para o Brasil.

Paragobala ou Paragobela


A dona "Raimunda", moradora do "morro do macaco molhado" (Favela tem sempre um nome desses), recebeu do traficante "filhote de coisa ruim", as chaves de sua nova casa. Feliz da vida com o sonho realizado, dona "Ray" disse, emocionada, para toda a comunidade ouvir: "Coisa ruim" é o que existe de melhor na nossa vida.
A declaração inocente dessa pobre senhora correu o mundo. Um vídeo divulgado na web já bate a casa dos 03 (três) bilhões de acessos. Teve gente que entendeu o trocadilho mas, para outros milhares, dona Raimunda disse o que, realmente, sente um favelado no Brasil.
Eu estou entre os que acreditam que, os mais humildes são sempre os mais vulneráveis e os mais castigados pela sede de poder de alguns espertalhões. E, falar de esperteza sem mencionar a política é quase impossível.
Em todos os lugares, temos exemplos de desmandos, autoritarismo, corrupção, nepotismo e, assim por diante. Vejamos o caso da minha cidade, Paragominas-PA: O berço da "Monarquia Tupiniquim".
Aqui temos caciques que desconhecem a democracia, que calam a imprensa, que punem seus opositores com o desprezo - Há pouco mais de um mês, O Vereador Ad Santos, um "calça curta" do prefeito de Paragominas, Adnan Demachki, resolveu ir contra o todo poderoso na votação de um projeto. Não perdeu o mandato mas, foi sumariamente demitido de uma das rádios do político que, diga-se de passagem, domina o setor com duas rádios e duas emissoras de televisão. Nós moramos na floresta, portanto, estamos sujeitos à lei da selva.


Aqui temos políticos que se orgulham e alardeiam suas vitórias fictícias como se fossem a cura da AIDS: o prêmio "merenda escolar" é uma delas. Uma obrigação, pautada em lei que não deveria ser mais importante que o pagamento, em dia, do funcionalismo público.
O exemplo que aqui se tem não é diferente do coronelismo impetrado pela família Sarney no interior do Maranhão (estado rico de povo pobre).
Paragominas caminha para o mesmo processo. O grupo que se instalou no poder deu nova vida à estrutura física da cidade: Ruas asfaltadas, parque ambiental, faixa de pedestres, sistema de abastecimento de Água, etc. Mas, todo esse suporte (grande parte graças aos royalties do minério) se confunde com o domínio ditador que busca se perpetuar no poder.
É preciso atentar para valores não menos importantes que, sem que muitos percebam, estão se esvaindo por entre os dedos: Liberdade de expressão, igualdade de direito e oportunidades, segurança pública e líderes com o perfil democrático que reza a constituição.
Hoje, Em "Paragobala", tudo de ruim acontece mas, ninguém fica sabendo. Assaltos, assassinatos, pirataria com o uso de menores de idade, abuso de autoridade e, como diria dona Raimunda (nossa personagem fictícia do início desse texto), coisa ruim é o que existe de melhor em Paragominas.