sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

PARAGOMINAS OU PARAGOBALAS ? (Repotagem do site: www. jorgequadros.com)

 

PARAGOMINAS OU PARAGOBALAS ?
www.jorgequadros.com         
 
 
Pelo visto estamos voltando aos tempos de “Paragobalas”, um título que há muitos anos vem assombrando aqueles que desejam morar na cidade que ficou conhecida como “Município Verde”.
Apesar das inúmeras ações das polícias Civil e Militar e das operações realizadas em parcerias com órgãos de segurança pública e conselhos de defesa da Criança e do Adolescente aos finais de semana, parece que Paragominas começa a regredir aos tempos em que todas as decisões importantes ou não eram resolvidas à bala.
No ano passado, um triste registro: Em menos de dois meses (agosto e setembro) foram assassinadas 18 pessoas. Para se ter uma ideia, os dados assustadores preocupam à todos, governo municipal, estadual e as polícias.
Mas a guerra não parou, pelo contrário, as mortes continuam cada vez mais acentuadas e a maioria das vítimas está ligada aos assuntos relacionados ao tráfico de drogas, ou seja, acerto de contas.
Neste final de semana dois corpos foram encontrados à margem da BR 010 após o bairro Nagibão e hoje pela manhã mais um corpo foi encontrado na estrada que dá acesso à Comunidade Caip. Todas as três mortes seguem às mesmas características, baleamento.
O que amedronta as pessoas é que ninguém está livre de ser assassinado por qualquer que seja o motivo. Mas o pior disso tudo é que os assassinos continuam vencendo a guerra da impunidade.
No mês de dezembro a polícia conseguiu prender algumas pessoas que, segundo informações oficiais, eram mandantes de crimes na cidade. Pensava-se que com estas prisões o número de mortes iria diminuir. Ledo engano. Um após o outro, jovens de todas as idades estão tombando mortalmente. Antes, o codinome “Paragobalas” tomou rumo ignorado pelas mortes por encomendas. Hoje, o mesmo apelido ganhas as páginas policiais dos jornais impressos e do mundo inteiro através da internet.
Não adianta maquiar, esconder, querer amordaçar repórteres ou jornalistas. As mortes são frequentes, quase que diárias e isso é fato.
Pactos foram elaborados, ações foram desenvolvidas, mas estamos muito longe de uma cidade pacata, de paz, onde se pode dormir tranquilo sem se ouvir tiros à esmo ou na direção certa.
Estamos buscando, estatisticamente, a quantidade de pessoas que foram assassinadas em Paragominas somente em 2012. Esse dado ninguém vai poder omitir, pois os Boletins de Ocorrência são públicos e estão discriminados na Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Pactos só dão certos quando saem do papel para a ação. Não adianta querer tapar o “sol com a peneira” e dizer que o problema não existe, ou se existe, que estão sendo resolvidos. A luta é desigual e desumana. Enquanto uma instituição tenta recuperar um viciado em droga, o tráfico coloca pelo menos mais vinte dependentes nas ruas.
Nossos centros de recuperação vivem de restos de ossos, de carne que não se pode mais vender, de migalhas que a própria sociedade penalizada manda entregar a alguns pastores que se entregaram de corpo e alma à libertação destes jovens.
Mas e o apoio público aos centros de recuperação? Em que pé anda o Pacto Contra as Drogas? Nunca mais se ouviu falar disso. Sabem por que? Porque as ações do pacto não atingem quem realmente precisa. De um a um a resposta é quase nula.
O codinome PARAGOBALAS voltou a assombrar e a destruir famílias. Infelizmente, agora bem mais que antes.
Em 2000, a Revista Veja publicou uma matéria com o título: “O FIM DE PARAGOBALAS”. A matéria mostra que o viés das mortes era outro. Estava relacionado à madeireiras.
Veja o link
Em agosto de 2011 a Revista Brasil Econômico, publicou que: “Município de Paragominas, que já foi chamado de “Paragobalas” e classificado como campeão do desmatamento, investe na regularização de propriedades rurais e criação de gado, tornando-se exemplo para a região amazônica”
Mas o que se discute hoje é outra situação talvez mais delicada que a anterior em se tratando de assassinatos. Os que outrora morriam vítimas de baleamento eram em número bem menores. Hoje a situação é degradante ao ponto das autoridades do setor de segurança estarem realmente preocupadas em descobrir quem são as vítimas e quem são os autores. Entendemos que os crimes têm crescido em todas as cidades do Brasil, mas não podemos apenas viver de comparações. Paragominas está no Mapa da Violência do Estado e do Brasil, não apenas com assassinatos de homens, mas de mulheres também, como sugerimos aos nossos leitores que leiam a matéria abaixo:
PARAGOMINAS A CIDADE QUE MAIS SE MATA MULHERES NO BRASIL
Mais informações:
Você pode também ir direto aos dados estatísticos do site:
Por estas e outras razões é que Paragominas está regredindo ao antigo codinome de “PARAGOBALAS” e, infelizmente, não adianta negar isso.

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