Cheguei por volta do meio dia, Assim me disseram!... Sem poder
de escolha, como os que faziam o caminho de volta, perpetuando o mistério. Não
me pergunte!... Não trago bagagem. Talvez dívidas e, com certeza dúvidas. “Talvez”,
é o ponto de partida para revelações confusas. Quando sonho vejo, em cores
pastéis, quase tudo que vejo acordado. Mas, não posso afirmar, categoricamente,
que esteja acordado agora, ou se hoje é
ontem ou amanhã. Da relatividade do tempo, só as perdas viajam comigo. Não me
deixam esquecer que é logo alí o reencontro. Talvez não seja eu o insano. Não
me vejo na fila, nem no amontoado, fruto
de uma existência doutrinada. Se os sentidos pertencem ao plano físico,
então, o que há no vácuo, qual o motivo da ameaça? Onde estão os outros? Já
voltaram?... Andam, voam ou rastejam? Em que mundo, afinal? Nada tem a menor
importância para mim ou para o futuro da humanidade. Não há humanidade, nem
aqui nem em qualquer outro ponto do
universo.
Ouço e não compreendo. Mas, posso ser convencido. E até
quero, mesmo duvidando!... Crer, é possível!... Mas, Ao abrir as janelas o que
vejo é a total insignificância dos atores, apesar da maestria da criação e do
criador. Nesse roteiro confuso, não há consenso na multidão atormentada. A verdade está no novo, mas já esteve no
velho, que nunca prometeu uma segunda via. E, há quem diga que os dois se
completam! Mas não promovem a
convergência. Está em todas, ou em nenhuma? E,
se está comigo, não seria eu o escolhido, detentor da pedra fundamental,
desde muito antes da remissão?
Já passa da meia noite e, por volta do meio dia, conforme
relatei, a luz se fez. O verbo me fez derivado, semelhante e puro. Babel tornou
a pureza um fardo que, a se confirmar o “talvez”, nada de sessenta virgens ou
trombetas. Terei de reiniciar.