sábado, 26 de dezembro de 2015

Ensaio




Cheguei por volta do meio dia, Assim me disseram!... Sem poder de escolha, como os que faziam o caminho de volta, perpetuando o mistério. Não me pergunte!... Não trago bagagem. Talvez dívidas e, com certeza dúvidas. “Talvez”, é o ponto de partida para revelações confusas. Quando sonho vejo, em cores pastéis, quase tudo que vejo acordado. Mas, não posso afirmar, categoricamente,  que esteja acordado agora, ou se hoje é ontem ou amanhã. Da relatividade do tempo, só as perdas viajam comigo. Não me deixam esquecer que é logo alí o reencontro. Talvez não seja eu o insano. Não me vejo na fila, nem no amontoado, fruto  de uma existência doutrinada. Se os sentidos pertencem ao plano físico, então, o que há no vácuo, qual o motivo da ameaça? Onde estão os outros? Já voltaram?... Andam, voam ou rastejam? Em que mundo, afinal? Nada tem a menor importância para mim ou para o futuro da humanidade. Não há humanidade, nem aqui  nem em qualquer outro ponto do universo.
Ouço e não compreendo. Mas, posso ser convencido. E até quero, mesmo duvidando!... Crer, é possível!... Mas, Ao abrir as janelas o que vejo é a total insignificância dos atores, apesar da maestria da criação e do criador. Nesse roteiro confuso, não há consenso na multidão atormentada.  A verdade está no novo, mas já esteve no velho, que nunca prometeu uma segunda via. E, há quem diga que os dois se completam!  Mas não promovem a convergência. Está em todas, ou em nenhuma? E,  se está comigo, não seria eu o escolhido, detentor da pedra fundamental, desde muito antes da remissão?

Já passa da meia noite e, por volta do meio dia, conforme relatei, a luz se fez. O verbo me fez derivado, semelhante e puro. Babel tornou a pureza um fardo que, a se confirmar o “talvez”, nada de sessenta virgens ou trombetas. Terei de reiniciar.

sábado, 11 de abril de 2015