segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Cmte Emerson Lopes (carolina Fechado).


Aos primeiros sinais de nascer do sol já estávamos a postos. Uma das nossas opções de manutenção aeronáutica, para quem está a Nordeste do estado do Pará, é Carolina, no Maranhão. De Paragominas até o pátio da oficina são cerca de duas horas e dez minutos de voo.  Sendo assim, é preciso decolar cedo para não perder o dia.

Na decolagem, parecia que esse seria mais um voo tranquilo. Como sempre faço, na medida do possível, estou levando comigo alguns colegas em fase de treinamento.  A descontração fluía à medida que o “corisco” ganhava altitude. Quando furamos a camada de nuvem, comum para um amanhecer, o sol se mostrou forte e incandescente. Uma belíssima imagem. Na vertical de Imperatriz, já no estado do Maranhão, enquanto coordenava via rádio com a estação local, os companheiros apreciavam a vista do rio Tocantins abraçando a cidade. Mas, a calmaria começava a ficar pra trás. Seguindo o leito do rio, até mesmo por questões de segurança percebi que a poucas milhas dali uma extensa e pesada camada de nuvem resistia aos raios do sol. A base estava varrendo o topo dos morros, que se multiplicavam à medida que nos aproximávamos do estado do Tocantins. Decidi que era hora de descer e tentar chegar à Carolina por baixo da formação. O que se viu daí pra frente foi um belo espetáculo da natureza. Voamos abaixo da base dos morros que tocavam os novelos e, pra completar, ainda vimos belas imagens do tradicional “morro do chapéu”.

Voar nos faz crianças eufóricas e encantadas com as possibilidades infinitas do novo brinquedo. Vale à pena conferir esse vídeo.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Demagogia







As "redes sociais" quebraram o monopólio das comunicações dando ao povo uma arma de grosso calibre. Desde então, nada acontece numa via de mão única. Qualquer novo acontecimento, fatalmente, passa pelo crivo de milhões. Pelo menos, no campo virtual, o “todo poderoso” ficou de “calças curtas”. A coragem em debater, criticar e até achincalhar os antes “Intocáveis” chega à beira do absurdo. Políticos, celebridades, religiosos, etc. Ninguém escapa aos olhos e, principalmente, a língua ferina dos internautas. Para alguns, a internet é a arma que faltava para o pleno exercício da Democracia. A palavra adequada seria: demagogia, afinal, o ser humano perdeu o prumo. Quem dita e puxa pela coleira é a Televisão. O novo se renova, se revoga e não melhora. A felicidade já não depende da realidade. Um prato de comida só terá sabor se o número de “curtidas” disparar. A briga de rua, as vezes, entre pessoas do nosso convívio, já não são intermediadas ou apartadas. O registro da agressão está acima da compaixão, da civilidade...Sei de coisas a seu respeito que nunca teria coragem de perguntar, mas, você, antes recatado, abre o baú de inutilidades da sua vida sem graça.

A câmera esta focada e o “reality life” está no ar. Os “paparazzi” profissionais estão com os dias contados. Os deslizes e mal feitos alheios são tão instigantes que, sem querer, paramos de nos preocupar com o que fazemos de certo ou errado. Quem deve dar o exemplo são eles: Os que estão por cima. Será?...

Vire o foco à 180º e veja se você não merece ser achincalhado como a maioria?...
Ser cidadão de fato não é só cobrar dos outros uma postura convencional, é, antes de tudo, adequar nossas ações ao convívio social. Quando um de nós, pobres mortais, desrespeita uma norma, um regulamento, uma lei, etc. Causa um contratempo, um prejuízo ou, até mesmo, um mal maior a um ser humano do nosso lado. Avançar um sinal vermelho, por exemplo, coloca em risco a vida de quem segue com o sinal verde usufruindo de um direito que ele, até então, acreditava ser respeitado pelos demais. Quem avança um sinal vermelho pode matar alguém, mesmo que essa não seja a intenção, e, caso isso aconteça, fruto dessa irresponsabilidade, o infrator pode ser enquadrado por homicídio culposo (Art. 302 do CTB). A lista de regras que nos diferencia dos marginais (aqueles que andam a margem da lei) contém centenas de tópicos simplórios que sequer nos damos ao trabalho de querer saber. Andar de bicicleta pela contramão, por exemplo Aliás, saber é o que menos interessa, nos dias de hoje. Salve a geração Ctrl-C Ctrl-V.



Emerson Lopes

Radialista (DRT/MA 1289)


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

PARAGOMINAS OU PARAGOBALAS ? (Repotagem do site: www. jorgequadros.com)

 

PARAGOMINAS OU PARAGOBALAS ?
www.jorgequadros.com         
 
 
Pelo visto estamos voltando aos tempos de “Paragobalas”, um título que há muitos anos vem assombrando aqueles que desejam morar na cidade que ficou conhecida como “Município Verde”.
Apesar das inúmeras ações das polícias Civil e Militar e das operações realizadas em parcerias com órgãos de segurança pública e conselhos de defesa da Criança e do Adolescente aos finais de semana, parece que Paragominas começa a regredir aos tempos em que todas as decisões importantes ou não eram resolvidas à bala.
No ano passado, um triste registro: Em menos de dois meses (agosto e setembro) foram assassinadas 18 pessoas. Para se ter uma ideia, os dados assustadores preocupam à todos, governo municipal, estadual e as polícias.
Mas a guerra não parou, pelo contrário, as mortes continuam cada vez mais acentuadas e a maioria das vítimas está ligada aos assuntos relacionados ao tráfico de drogas, ou seja, acerto de contas.
Neste final de semana dois corpos foram encontrados à margem da BR 010 após o bairro Nagibão e hoje pela manhã mais um corpo foi encontrado na estrada que dá acesso à Comunidade Caip. Todas as três mortes seguem às mesmas características, baleamento.
O que amedronta as pessoas é que ninguém está livre de ser assassinado por qualquer que seja o motivo. Mas o pior disso tudo é que os assassinos continuam vencendo a guerra da impunidade.
No mês de dezembro a polícia conseguiu prender algumas pessoas que, segundo informações oficiais, eram mandantes de crimes na cidade. Pensava-se que com estas prisões o número de mortes iria diminuir. Ledo engano. Um após o outro, jovens de todas as idades estão tombando mortalmente. Antes, o codinome “Paragobalas” tomou rumo ignorado pelas mortes por encomendas. Hoje, o mesmo apelido ganhas as páginas policiais dos jornais impressos e do mundo inteiro através da internet.
Não adianta maquiar, esconder, querer amordaçar repórteres ou jornalistas. As mortes são frequentes, quase que diárias e isso é fato.
Pactos foram elaborados, ações foram desenvolvidas, mas estamos muito longe de uma cidade pacata, de paz, onde se pode dormir tranquilo sem se ouvir tiros à esmo ou na direção certa.
Estamos buscando, estatisticamente, a quantidade de pessoas que foram assassinadas em Paragominas somente em 2012. Esse dado ninguém vai poder omitir, pois os Boletins de Ocorrência são públicos e estão discriminados na Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Pactos só dão certos quando saem do papel para a ação. Não adianta querer tapar o “sol com a peneira” e dizer que o problema não existe, ou se existe, que estão sendo resolvidos. A luta é desigual e desumana. Enquanto uma instituição tenta recuperar um viciado em droga, o tráfico coloca pelo menos mais vinte dependentes nas ruas.
Nossos centros de recuperação vivem de restos de ossos, de carne que não se pode mais vender, de migalhas que a própria sociedade penalizada manda entregar a alguns pastores que se entregaram de corpo e alma à libertação destes jovens.
Mas e o apoio público aos centros de recuperação? Em que pé anda o Pacto Contra as Drogas? Nunca mais se ouviu falar disso. Sabem por que? Porque as ações do pacto não atingem quem realmente precisa. De um a um a resposta é quase nula.
O codinome PARAGOBALAS voltou a assombrar e a destruir famílias. Infelizmente, agora bem mais que antes.
Em 2000, a Revista Veja publicou uma matéria com o título: “O FIM DE PARAGOBALAS”. A matéria mostra que o viés das mortes era outro. Estava relacionado à madeireiras.
Veja o link
Em agosto de 2011 a Revista Brasil Econômico, publicou que: “Município de Paragominas, que já foi chamado de “Paragobalas” e classificado como campeão do desmatamento, investe na regularização de propriedades rurais e criação de gado, tornando-se exemplo para a região amazônica”
Mas o que se discute hoje é outra situação talvez mais delicada que a anterior em se tratando de assassinatos. Os que outrora morriam vítimas de baleamento eram em número bem menores. Hoje a situação é degradante ao ponto das autoridades do setor de segurança estarem realmente preocupadas em descobrir quem são as vítimas e quem são os autores. Entendemos que os crimes têm crescido em todas as cidades do Brasil, mas não podemos apenas viver de comparações. Paragominas está no Mapa da Violência do Estado e do Brasil, não apenas com assassinatos de homens, mas de mulheres também, como sugerimos aos nossos leitores que leiam a matéria abaixo:
PARAGOMINAS A CIDADE QUE MAIS SE MATA MULHERES NO BRASIL
Mais informações:
Você pode também ir direto aos dados estatísticos do site:
Por estas e outras razões é que Paragominas está regredindo ao antigo codinome de “PARAGOBALAS” e, infelizmente, não adianta negar isso.